O que procuram os investidores nas startups portuguesas?
Em Portugal, as várias Capitais de Risco e Business Angels procuram as startups com as quais têm um maior match, a vários níveis. Mas em que tópicos consiste esse match? O que procuram realmente os investidores em Portugal?
Por Cíntia Costa
Existem vários fatores que podem levar a que uma ideia, uma startup ou mesmo uma empresa de maior dimensão falhem. Mitigar esse risco é o papel do empreendedor, que deve ter em conta alguns aspetos a assegurar no seu projeto para que a hipótese de conseguir financiamento aumente.
Durante uma sessão com a Busy Angels, em que participaram vários projetos residentes do LISPOLIS, foram identificados os 5 fatores mais relevantes para os investidores num projeto empreendedor:
- Equipa: uma equipa empenhada, dedicada a 100% ao projeto, com competências relevantes tanto na área especializada do negócio como soft skills, com resiliência e conhecimento de mercado é fundamental para o sucesso de qualquer projeto. Estas características da equipa, aliada à integridade ética, competência, carisma e espírito de empreendedorismo dos founders, são chave para captar a atenção dos investidores.
- Tecnologia: uma solução que resolva um problema real e, idealmente, que seja escalável e global, tem sem dúvida grandes hipóteses de ser investida. A tecnologia utilizada é um dos aspetos que mais impacto tem na avaliação dos investidores. Quanto mais avançado estiver o projeto, com validação do mercado, parcerias estabelecidas e clientes ou interessados em aderir ao projeto, maior a probabilidade de ser investido em Portugal.
- Tração: um projeto com mais dados é um projeto com maior sabedoria e que, por isso, poderá tomar melhores decisões. Quanto maior for a quantidade e qualidade de dados, sejam recolhidos pelo próprio projeto ou disponibilizados pelo mercado em que se inserem, maior a confiança que vão gerar junto de potenciais investidores, parceiros e clientes, levando também a um negócio com um crescimento mais sustentável.
- Mercados e Concorrência: para um investidor, os números são essenciais. Um investidor que tenha de escolher entre investir num projeto que opera num mercado de 8 milhões de euros ou num mercado de 9 mil milhões de euros irá tendencialmente optar pelo mercado com maior potencial de crescimento. É também necessário que o projeto apresente um estudo aprofundado da concorrência e demonstre que conhece bem o mercado em causa, com todas as suas oportunidades e limitações. Esse conhecimento irá gerar confiança e poderá demonstrar aos investidores que já estão a ser realizadas ações para colmatar os desafios que são neste momento apresentados pelo mercado.
- Termos de investimento: os projetos que vão à procura de investimento devem ter feito um estudo desse mesmo investimento: qual o valor que procuram obter, para que finalidade e com que objetivos, e quais as condições desse investimento, como a oferta de equity ao investidor. Para isso, é imprescindível um Plano de Negócios que possa ser apresentado aos potenciais investidores, que demonstre cuidado no planeamento e adequação à realidade do mercado.
O mercado de investidores em Portugal é pequeno e cooperativo, uma vez que na grande maioria dos casos existe coinvestimento. Contudo, é essencial trabalhar nos tópicos que permitem causar uma boa impressão desde o início, já que as relações entre promotores de startups e investidores tende a ser longa e aprofundada – o investimento não é feito de um dia para o outro.
É por isso também essencial que os projetos planeiem a sua timelime, considerando os tempos dos processos de investimento, e comecem a planear desde cedo o tipo de investimento que pretendem: pré-seed (quando apenas têm a ideia de negócio), seed (numa fase inicial de negócio) ou apenas pós-seed / Series A (quando o negócio já arrancou, o produto já é sólido e o investimento servirá para propósitos de escalabilidade mundial).
O LISPOLIS apoia todo o tipo de projetos na procura de investimento de Capital de Risco e Business Angels, uma vez que é Ignition Partner da Portugal Ventures e tem excelentes relações com investidores como a Busy Angels, um investidor de capital de risco com um portfólio de mais de 30 empresas de base tecnológica em diferentes indústrias e geografias. Se gostaria de saber mais, contacte-nos.